sábado, 18 de junho de 2016

A mina do saxofone

Ela tem a alegria da Bahia,
E malandragem do Rio,
Doce garoa em São Paulo,
Mas faz chover em todo Brasil.

Apesar de estar só,
Ela sempre foi sol.
Pra ficar no tom,
conserva o sustenido,
e prioriza o bemol.

Eu Acre, e dito
que a vida com ela,
é bem mais bonita.
Nas suas histórias,
O mundo se pinta.

Ligeira como peixe,
sempre desce ao Rio,
Grande do Sul, no friozinho.
Mas sobe na Piracema,
Pra curtir Muzambinho.

Segue as redes sociais,
ouve histórias que o povo conta.
Amantes do carnaval,
Sempre sabem onde bomba.  

Pra Lisbela teve bom,
No Snap deu pra acompanhar.
No arpoador, ficou amor
De Alecrin e Pierró.

Carolina tirou o véu,
ao ver o seu velho amigo,
O noivo a convidou,
Vem pro bloco, Casa comigo?

Bangalafumenga,
na Sargento pimenta,
E nem no bloco do Pablo
a Sofrência aguenta.

A chuva cai na rua,
Cai as máscaras, cai no samba,
alegria cai no rosto,
quando a bateria Chama.

A marchinha dita o ritmo,
Não apresse o seu passo,
Quem marca bobeira,
um dia perde o compasso.

Na marcha das vadias,
Ela usa o megafone.
Na marcha da maconha,
Ela usa um bong.
Na marchinha do meu bloco,
ela tocava saxofone.

“Bandeira branca meu amor,
Não posso mais”,
É a saudade que ela traz,
do carnaval de Minas Gerais.

No baixo augusta,
Não baixou a bola.
Só parou na Roosevelt,
Ficou sentindo a marola,
Pra ver se a vida se desenrola.

Tentaram roubar sua vibe,
Assalto à mão desarmada,
Sobretudo no carnaval,
Precisava da batucada.

Subiu pra Recife na pura euforia,
Reencontrou seu sol,
voltou pra alegria.
Se o carnaval pudesse durar o ano inteiro,
O ano inteiro ela sorria.

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